Do pouco que havia visto, Spring, Summer, Fall, Winter e... Spring, parecia ser um filme estéticamente bonito, bem feito e uma experiência positiva no sentido da apresentação dos ensinamentos de Buda.
Agora sinto compaixão pelo director Kim Ki-Duk. Sinto um pouco que o trailer e a envolvência dada ao filme é só para atrair pessoas interessadas no Budismo e depois dar uma imagem errada do mesmo. Infelizmente não posso negar essa possibilidade pois parece estar a ser comum fazer-se isso na Asia, de onde se quer converter as pessoas à força para religiões e abandonar o interesse pelo budismo.
Pois, afinal, quem já viu, como o meu Querido Mano Padma Dorje, da Sangha do Brasil, tem o seguinte para dizer:
"O filme é verdadeiramente bonito, mas fiquei com certas dúvidas com respeito a como ele trata o budismo. O próprio diretor diz-se cristão, e "não entender muito o budismo". Possivelmente, a partir de agora, entregarei o conteúdo do filme, então, leia por sua conta e risco.
[spoilers]
Que uma criança que tenha recebido educação budista venha a torturar animais não é o problema - isso realmente ocorre - mas a forma com a qual o mestre resolve dar o ensinamento de que não se deve fazer isto é bastante discutível. Ele tortura o menino fisicamente (amarra uma pedra no garoto como ele fizera com um peixe, uma rã e uma cobra). Até aí, até tudo bem, "naquelas", mas quando ele manda
o garoto (com a pedra amarrada nas costas) soltar os animais e diz "se um deles estiver morto, você vai carregar uma pedra em seu coração para sempre", isso é uma tortura adicional que me parece incorreta e desnecessária. O menino não deve carregar esta pedra para sempre. Digamos que se trate de um mestre iluminado e que tenha dito isto de forma completamente habilidosa, poderíamos dar-lhe o benefício dessa dúvida. Mas para que sacrificar os animais? Se ele viu o garoto cometendo uma travessura, porque não ir lá e ele mesmo soltar os animais? Se ele achasse pouco educativo advertir o garoto naquele momento (?), que pelo menos fosse lá e salvasse os animais logo em seguida. Esse mestre que deixa o menino cometer uma não-virtude para lhe dizer que vai carregar uma pedra no coração para sempre me parece horrível. Me parece que o ensinamento budista correto seria "você vai sofrer tanto quanto causou sofrimento" - mas depois esse sofrimento cessa.
(Chagdud Rinpoche [http://www.chagdud.org] matou um peixe quando criança. Durante um de seus retiros de três anos, foi acometido de profundo remorso, e mesmo praticando mais de 12 ou 14 horas por dia - ele usava os intervalos de refeição e higiente para recitar OM MANI PADME ME HUNG por aquele peixe. Depois de recitar um milhão, ele disse, em "Lord of the Dance", sua autobiografia, que agora achava que não mais renasceria como um peixe [durante o retiro ele sonhou com o oceano e uma voz que dizia "é aqui que você vai renascer"].)
No filme me parece que o diretor acha que carma seria o mesmo que pecado. O garoto está marcado para sempre.
Depois, a luxúria. Aqui vemos que o mestre é de fato clarividente, porque ele diz "a luxúria leva ao homicídio", e é exatamente isto que o monge faz ao fugir para ficar com a garota. Num ataque de ciúmes, a mata. Ele retorna e o mestre lhe diz para engravar um sutra do coração imenso em coreano na madeira. Me parece ok, e melhor ainda que ele ainda assim vai para a cadeia.
Nisso o mestre envelhece e, numa situação confusa, não sabemos se ele está prestes a morrer e resolve se auto-cremar, ou se ele suicida-se porque, enfim, seu único discípulo foi parar na cadeia. Ou seja, será ele um mestre ou um praticante mal-sucedido? Essa dúvida é interessante, mas ainda assim seria bastante controverso, em termos de parecer que o budismo aceita eutanásia.
Depois o monge volta da cadeia, acha tudo congelado, inclusive o barco onde o mestre se auto-incendiou, e começa a praticar tae kon do sem camisa no rio gelado.
Uma mãe solteira vem abandonar o filho no (mini) mosteiro, e ao ir embora, morre no rio congelado. A primavera vem e o novo menino comete os mesmos erros do antecessor, e o filme termina.
Toda esta estética para nos deixar confusos quanto ao budismo até não seria mal - mas chega a ser anti-propaganda, daí é demais. "
Que pena...
TEYATA OM MUNI MUNI MAHA MUNAYE SOHA
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